domingo, 16 de novembro de 2008

Champagne e espumantes

Olá amantes de vinho!

Todo champagne é um espumante, mas nem todo espumante é um champagne!

O champagne é um tipo especial de espumante, feito na região de Champagne, na França. E é um DOC — Denominação de Origem Controlada —, ou seja, só os produtores demarcados e classificados podem produzir um champagne.

O champagne, como o espumante, caracteriza-se pela sua dupla fermentação. Inicialmente, o champagne é tratado como um vinho branco comum. Todas as uvas que o compõem passam pela fermentação normal em cubas de aço ou barris de madeira. Isso quer dizer que a partir de um vinho tranqüilo ou vinho base (vinho normal, sem CO2 ou gás carbônico), — que no caso específico do champagne é formado pela mistura (assamblage) das uvas Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meurmier (as duas últimas são vinhos tintos)—, é que se forma o champagne ou espumante. Esse assemblage passará por uma segunda fermentação. Para isso, acrescenta-se o chamado liquor de tiragem (leveduras mais açúcar) ao assemblage nas garrafas, onde ocorre a fermentação final, chamada de autólise, por meses.

Durante esse período, a garrafa descansa inclinada a 45 graus em pupitres, para que as leveduras mortas venham para o gargalo. Todos os dias, um operário faz a remoagem, um giro de ¼ de volta, garrafa por garrafa, para que as leveduras se depositem na boca da garrafa. Após a autólise, com as leveduras já depositadas, as garrafas são levadas, de cabeça para baixo, para uma cuba onde são mergulhadas em uma solução a -20ºC que congelará o gargalo. A garrafa é aberta e a pressão (CO2) expulsa o gelo com as leveduras mortas. Para completar o nível, acrescenta-se o liquor de expedição (uma mistura de vinhos brancos prontos, conhaques envelhecidos e cana de açúcar) com a dosagem de açúcar desejada. A quantidade de açúcar acrescentada determinará o tipo de champagne ou espumante que se quer produzir. Caso não seja acrescentado, apenas corrigido o volume perdido, este passa a se chamar nature, enquanto os outros, temperados com esse açúcar, passam a se chamar extra brut, brut, extra-sec, sec, demi-sec e dulce ou doux*.

O método descrito acima é o champenoise ou clássico, também chamado tradicional.

Outros lugares da França e do mundo, que procedem da mesma maneira para fazer esse vinho, não podem chamá-lo de champagne, — entretanto, é permitido indicar o uso do método tradicional—, mas apenas de vinho espumante. Na França, é chamado de cremant. Cremant de Alsáce ou cremant de Loire, por exemplo. Já na Alemanha é chamado de Sekt. Na Inglaterra e EUA é denominado de Sparkling wine.

Outro método, mais econômico e para grandes quantidades, é chamado de charmat. Nos tanques de aço inox para vinificação, ocorre as duas fases da fermentação, tanto a de produção de vinho quanto a da autólise, depois são engarrafados para o consumo.

Há dois outros métodos de produção de espumantes: pela adição artificial de gás carbônico e o método de transferência. O primeiro consiste na adição pura e simples de gás carbônico ao vinho. O segundo, na transferência da garrafa para o tanque, para depois engarrafá-lo novamente. Este método é pouco utilizado. O que podemos ainda observar são métodos particulares como, por exemplo, o Asti, feito especificamente por esse produtor.

* Porcentagem de açúcar residual em cada tipo de champagne ou espumante:
Extra-brut: até 6 gramas;
Brut: menos de 15 gramas;
Extra-sec: entre 12 e 20 gramas;
Sec: entre 17 e 35 gramas;
Demi-sec: entre 33 e 50 gramas;
Doux ou dulce: mais de 60 gramas.
Fonte: Coleção vinhos do mundo. v. 13. Veja. 2007.

edição João Carlos Agostini

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